sábado, 15 de julho de 2006

Vivendo bem até os 100

Hoje o Globo Repórter trata da longevidade. Nada de muito novo no tema: o que fazer para viver bem na fase idosa, benefícios de determinados exercícios, a memória, novas esperanças para quem sofre de determinadas doenças...
E mostra pessoas que estão buscando formas de viver mais, de viver melhor. Desnecessário dizer que nós, o ser humano, todos queremos viver; não há alguém que não queira. Tempos atrás um dos meus avós me disse para que eu não envelhecesse, como ele, porque não era bom ser velho. Mas para não ser velho, só morrendo novo, disse a ele, e isso eu não quero. E não há mesmo quem queira.
A grande pergunta que fica para mim é: e por que quero viver? o que tenho feito da minha vida e o que pretendo fazer dela? que motivo tem o homem para trazer em si, por sua própria natureza, esse amor à vida, sem que seja necessário ensiná-lo a ser assim? Pergunte a qualquer um se quer continuar vivendo, e a resposta será unanimamente sim. Pergunte o que é a vida, o que representa, por que tem tanto amor a ela, e poucos responderão com alguma coerência. Digo, não uma coerência rasa, daquele que responde que ama a vida porque ama viajar, porque ama sua profissão. Nada contra quem ama viajar ou ama sua profissão, não é essa a questão. A questão é que essas respostas passam longe de responder à pergunta.
A mim me parece que há algo de grandioso por trás disso. Isso me permite fazer a seguinte reflexão: se o homem está aqui na Terra, é por algo maior. Não está aqui para viajar, para ser um excelente profissional, para ter uma bela casa e dar oportunidade para seus filhos irem à escola. Mais uma vez, não é que não se possa fazer isso, mas esses são apenas alguns aspectos da vida. O homem está aqui na Terra por esse mesmo algo que o faz ter tanto amor à vida; tem tanto amor à vida porque é ela uma oportunidade de realizar esse algo.
Não é algo que se responde facilmente, em um ou dois minutos, ou meses, ou mesmo anos... não quero dar aqui uma resposta. Sinto-me feliz em poder fazer esses questionamentos e buscar aos poucos a verdade que se esconde por detrás da minha ignorância. Penso que a humanidade tem muito ainda o que caminhar nesse sentido. Para satisfazer essas inquietudes, penso que crer em algo, simplesmente, não resolve. Respostas prontas endurecem a alma humana, e ela não foi criada para isso.
Que vivamos cada vez mais e cada vez melhor, mas também que esse tempo a mais sirva para buscar conhecer mais sobre a própria vida.